O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) experimentou uma aceleração significativa em fevereiro, marcando uma alta de 0,78%, em comparação com o aumento de 0,31% registrado em janeiro. Este incremento foi fortemente influenciado pelos reajustes sazonais nas tarifas escolares, característicos do início do ano letivo.
Desempenho Abaixo das Expectativas
Contrariando as projeções, o resultado do IPCA-15 ficou abaixo do esperado, com especialistas prevendo uma alta mensal de 0,82% e um acumulado de 12 meses em 4,52%. A inflação anual até fevereiro atingiu 4,49%, levemente acima dos 4,47% observados no mês anterior, situando-se próximo à meta de 3,0% estabelecida para 2024, com tolerância de 1,5 ponto percentual.
Dinâmica dos Preços ao Consumidor
No início de 2024, os preços de Alimentação e Bebidas e os custos de serviços pressionaram a inflação, embora ainda não em um patamar que alterasse as expectativas de cortes nas taxas de juros pelo Banco Central. O grupo Educação se destacou com um aumento de 5,07% em fevereiro, refletindo os reajustes anuais nas mensalidades escolares.
Variações Específicas nos Grupos de Despesa
O segmento de Educação, com um salto para 5,07%, e Alimentação e Bebidas, com uma alta de 0,97%, foram os principais contribuintes para o índice de fevereiro. Os custos com Educação foram impulsionados, principalmente, pelos cursos regulares, que apresentaram aumento médio de 6,13%. Por outro lado, o grupo de Alimentação e Bebidas desacelerou em relação ao mês anterior, mesmo assim contribuindo significativamente para o índice.
Perspectivas Monetárias e Econômicas
O Banco Central do Brasil prosseguiu com o ciclo de afrouxamento monetário, reduzindo a taxa Selic em suas últimas cinco reuniões. No entanto, adota uma postura cautelosa, considerando o cenário de mercado de trabalho aquecido e potenciais pressões inflacionárias. As expectativas do mercado, conforme a pesquisa Focus, indicam uma inflação acumulada de 3,80% para o ano, com a Selic prevista em 9,00%.